Quando estamos com algum problema, obviamente, procuramos a sua resolução, a fim de extirpá-lo. Para isso tomamos as decisões que nos pareçam capazes de solucionar a questão. Ressaltando que a sua não solução, em tempo hábil ou exíguo, em regra, tem como conseqüência a agravação dos seus efeitos, posto que os seus fundamentos vão se enraizando e solidificando.Tornando, assim, cada vez mais complicada a sua feitura.
Note que quando procuramos tal solução e esta se perfaz por meio de uma conduta absolutamente medíocre, ou melhor, insignificante à consecução da sua resolução. Temos consubstanciado uma qualificada agravante, que resultará em um efeito ao revés, isto é, a solução da questão estará ainda mais distante que outrora.
Explico. Insignificante, tem como um dos seus significados, que revela a sua origem remota, o seguinte: “abana moscas”; isso mesmo. Pessoas tão atarefadas, cultas e preocupadas com a solução do problema, abanando moscas?! Absolutamente descabido.
Qual o valor desta abanação de moscas?
Porquanto se deveria focar a raiz do problema, ou seja, procurar a efetivação daquele bem que, de fato, tem valor ao sujeito problemático e não ficar simplesmente a abanar moscas. Não obstante o foco deveras almejado, em verdade, fique então destoado, para um segundo ou até mesmo terceiro plano o que, por si só, gera sérios prejuízos. Posto que somos acionados para abanar tais moscas, cujo custo tão dispendioso para não dizer insultuoso ao homo sapiens, com diligência mediana, se mostra sem contenção. Com mais razão, o será ao próprio interessado (o problemático) que espera e espera, não raro, a resposta à tutela do bem que realmente lhe interessa e que com certeza não é a abanação de moscas.
Aliás, vale dizer que quanto mais se abana moscas mais moscas são atraídas. Não obstante para resolução de tal problema seja necessária a utilização do inseticida específico, correto, visando à eliminação da praga. Consubstanciando, a partir de então, só a partir de então, não com um dedo apenas, mas com toda a mão, à consecução da solução do problema, de forma que, o bem almejado seja deveras executado, por todo o corpo legitimado.
Com efeito, lembremos do velho ensinamento que diz que quanto mais se bate na carne, mais macia fica para se comer, contudo, valer lembrar que se refere ao boi já abatido, pois se a “carne” estiver viva, pode esperar que ela não se amaciará e o coice virá.
Nesse sentido, aliás, carroça, só na roça…
Andréa Melo é Agente de Trânsito e bacharel em Direito
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