Desde a sua fundação em 1998, quando ainda era presidida pelo colega Domingos Pereira, a AMAT – Associação Municipal dos Agentes de Trânsitojá mostrava-se intransigente na defesa dos direitos dos agentes municipais de trânsito de Goiânia. Intransigente sim, mas não radical, a ponto de negar-se ao diálogo com a administração. Sendo assim, com a saída do agente Domingos da presidência, assumindo em seu lugar o colega agente de trânsito Antônio Neres Machado, iniciou-se a partir de então um ciclo de lutas e conquistas que seriam uma marca dentro da Administração Pública e do sindicalismo no município de Goiânia.
Com o vencimento abaixo do valor do salário mínimo, sendo complementado para que a prefeitura não descumprisse preceito insculpido na Constituição Federal, os agentes de trânsito viviam uma situação de total desânimo, seja em relação às condições de trabalho bem como a falta de perspectivas salariais. Dos duzentos aprovados no primeiro certame, aproximadamente cento e noventa tomaram posse, sendo que muitos permaneceram no cargo menos de um ano, desistindo da carreira ou buscando melhores oportunidades em outros concursos. Nesses tempos difíceis a categoria uniu-se em torno de um ideal, sensibilizar a Administração para que fosse criado o AIET – Adicional de Incentivo à Educação no Trânsito, adicional esse que passou a compor a remuneração do agente de trânsito elevando substancialmente o ganho mensal.
No ano de dois mil e um inicia-se o mandato do agente de trânsito Leonardo Velasco, que ocuparia o cargo de presidente da extinta AMAT e do recém criado Sindicato dos Agentes Municipais de Trânsito de Goiânia – SINATRAN, alcançando conquistas importantes como o aumento dos valores do AIET, Periculosidade, criação do AICV – Adicional de Incentivo ao Condutor de Viatura, além do benefício do tíquete refeição que seria sorrateiramente usurpado durante a gestão do Coronel Sanches. Além dos benefícios pecuniários foi durante esse período que a categoria garantiu a sua prerrogativa de exercer com exclusividade a fiscalização do trânsito no município. Por meio de denúncia feita pelo presidente do SINATRAN ao Ministério Público do Estado de Goiás, foi proposta ação judicial que culminou com a sentença, sendo inclusive referendada pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, onde todos os integrantes da guarda municipal e qualquer servidor do município de Goiânia deveriam ser afastados do exercício das funções inerentes aos agentes de trânsito e estariam proibidos de lavrar o Auto de Infração para Imposição de Penalidade no que diz respeito à fiscalização do trânsito. A partir de então todos os cargos de chefia e supervisão de trânsito passaram a ser exercidos apenas por Agentes Municipais de Trânsito.
A presidência do SINATRAN, no triênio dois mil e sete a dois mil e nove passa a ser exercida pelo agente Christian Mundim em um período que o nome da Agência Municipal de Trânsito esteve envolvido com denúncias de “quebra de multa” e corrupção, culminando com o indiciamento do Presidente da Autarquia e do Diretor de Fiscalização. Já não bastasse todas as agruras pelas quais passavam os agentes de trânsito, com o fechamento de dois PA’s, sucateamento das viaturas, perda dos tíquetes refeição e o uso político da instituição, estavam agora os agentes de trânsito desmotivados e incrédulos quanto à atuação do órgão municipal de trânsito do município.
Com a substituição do Presidente da Agência começaram as mudanças necessárias para que a categoria voltasse a confiar na Administração. Em menos de três meses o novo gestor conseguiu autorização para a realização de concurso público visando o preenchimento de cem vagas, mais cadastro de reserva de mesmo número.
Em dois mil e dez inicia-se a gestão do agente Clauber Maia à frente do SINATRAN, com a total reformulação da diretoria e uma nova forma de reivindicar as propostas e os anseios da categoria dos agentes de trânsito de Goiânia, pautada antes de mais nada no diálogo com a Administração. Em menos de um ano a nova diretoria do SINATRAN conquista um dos benefícios mais desejados pela categoria, a incorporação do AIET – Adicional de Incentivo à Educação no Trânsito, para efeitos de aposentadoria e o aumento do percentual da Periculosidade, que de agora em diante será de setenta e cinco por cento sobre o valor do vencimento.
Como legítimo representante da categoria o SINATRAN mantém-se forte na defesa dos interesses de seus filiados, garantindo conquistas e prerrogativas dos Agentes Municipais de Trânsito de Goiânia.
Christian Douglas Bittow Mundim
Agente Municipal de Trânsito e ex-presidente do SINATRAN
